8.9.06
Alguns meses atrás, São José dos Campos foi alvo de uma grande disputa. Disputa esta que serviu para calar a boca dos difamadores da nação, vermes que alegam terminantemente que este é um país de instituições em ruínas, falidas e inoperantes.
Tudo começou numa bela manhã, quando alguns motoristas de São José foram surpreendidos por uma dúzia de tachões (espécie de tijolo amarelo que serve de obstáculo para diminuir a velocidade dos veículos) afixados na saída de um dos muitos acessos que a cidade tem para a via Dutra. Os tachões foram instalados pela concessionária da rodovia, a NovaDutra, a pedido da Polícia Rodoviária Federal, que havia identificado o local como ponto de risco de atropelamentos.
Os tachões cumpriram o seu papel e obrigaram os motoristas a reduzir a velocidade no trecho. Só que também provocaram lentidão no trânsito local. Ao invés de 10 segundos, os motoristas passaram perder 30 ou 40 segundos para percorrer o acesso e chegar à Dutra. Esse verdadeiro absurdo foi a gota d’água que acabou por fazer transbordar toda a indignação de parte da população que se viu prejudicada por aquela intervenção.
O jornal Valeparaibano começou tímido, registrando em pequenas notas o descontentamento dos motoristas com os tachões. A Câmara Municipal e a Prefeitura, então, resolveram se manifestar. Posicionaram-se ao lado dos motoristas e contra a colocação dos obstáculos. A NovaDutra se esquivou, disse que atendeu apenas a um pedido da Políca Rodoviária Federal. Esta, por sua vez, alegou o risco de atropelamentos e defendeu a permanência dos tachões.
As discussões foram aumentando (em repercussão e temperatura) e ganhando espaço cada vez maior no jornal local. Motoristas rebelaram-se contra o autoritarismo da Polícia Rodoviária e, para evitar os obstáculos, passaram a cortar caminho por meio do canteiro que separa o acesso da rodovia. Em seguida, num episódio que remonta a heróicas batalhas pela libertação de povos, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São José dos Campos decidiu despejar contra os tachões a mesma ira que devota às negociações e campanhas salariais de sua abastada e feliz categoria. Armados de marretas, sindicalistas destruíram os tachões para acabar com o jugo que se abatia contra trânsito e motoristas. Tentáculos da opressão, a Polícia Rodoviária Federal apareceu para acabar com a festa. Mas nenhuma batalha dessas termina sem um mártir, e o gesto nobre de desprendimento veio do presidente do sindicato, que abriu mão de sua liberdade em favor do movimento, e seguiu preso após desacatar um dos policiais.
Diante de tamanho absurdo contra a sociedade, o Ministério Público Federal decidiu agir. Pediu à Justiça Federal a retirada dos tachões. De maneira célere e pragmática, como não poderia deixar de ser, a Justiça Federal ouviu os gritos da população e concedeu a liminar que finalmente livraria os motoristas dos "tachões da discórdia". É claro que cabe recurso à decisão.
A poucos dias das eleições que, parece, devem eleger no primeiro turno um presidente que conseguiu montar a maior farsa política da história contemporânea do Brasil, essa história de cidadãos de São José dos Campos serve para ilustrar a garra de um povo, de um país, que nunca deixa de lutar por seus ideais e pelas conquistas que realmente importam.
Tudo começou numa bela manhã, quando alguns motoristas de São José foram surpreendidos por uma dúzia de tachões (espécie de tijolo amarelo que serve de obstáculo para diminuir a velocidade dos veículos) afixados na saída de um dos muitos acessos que a cidade tem para a via Dutra. Os tachões foram instalados pela concessionária da rodovia, a NovaDutra, a pedido da Polícia Rodoviária Federal, que havia identificado o local como ponto de risco de atropelamentos.
Os tachões cumpriram o seu papel e obrigaram os motoristas a reduzir a velocidade no trecho. Só que também provocaram lentidão no trânsito local. Ao invés de 10 segundos, os motoristas passaram perder 30 ou 40 segundos para percorrer o acesso e chegar à Dutra. Esse verdadeiro absurdo foi a gota d’água que acabou por fazer transbordar toda a indignação de parte da população que se viu prejudicada por aquela intervenção.
O jornal Valeparaibano começou tímido, registrando em pequenas notas o descontentamento dos motoristas com os tachões. A Câmara Municipal e a Prefeitura, então, resolveram se manifestar. Posicionaram-se ao lado dos motoristas e contra a colocação dos obstáculos. A NovaDutra se esquivou, disse que atendeu apenas a um pedido da Políca Rodoviária Federal. Esta, por sua vez, alegou o risco de atropelamentos e defendeu a permanência dos tachões.
As discussões foram aumentando (em repercussão e temperatura) e ganhando espaço cada vez maior no jornal local. Motoristas rebelaram-se contra o autoritarismo da Polícia Rodoviária e, para evitar os obstáculos, passaram a cortar caminho por meio do canteiro que separa o acesso da rodovia. Em seguida, num episódio que remonta a heróicas batalhas pela libertação de povos, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São José dos Campos decidiu despejar contra os tachões a mesma ira que devota às negociações e campanhas salariais de sua abastada e feliz categoria. Armados de marretas, sindicalistas destruíram os tachões para acabar com o jugo que se abatia contra trânsito e motoristas. Tentáculos da opressão, a Polícia Rodoviária Federal apareceu para acabar com a festa. Mas nenhuma batalha dessas termina sem um mártir, e o gesto nobre de desprendimento veio do presidente do sindicato, que abriu mão de sua liberdade em favor do movimento, e seguiu preso após desacatar um dos policiais.
Diante de tamanho absurdo contra a sociedade, o Ministério Público Federal decidiu agir. Pediu à Justiça Federal a retirada dos tachões. De maneira célere e pragmática, como não poderia deixar de ser, a Justiça Federal ouviu os gritos da população e concedeu a liminar que finalmente livraria os motoristas dos "tachões da discórdia". É claro que cabe recurso à decisão.
A poucos dias das eleições que, parece, devem eleger no primeiro turno um presidente que conseguiu montar a maior farsa política da história contemporânea do Brasil, essa história de cidadãos de São José dos Campos serve para ilustrar a garra de um povo, de um país, que nunca deixa de lutar por seus ideais e pelas conquistas que realmente importam.