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10.6.04

É por isso que eu bebo... 

Apesar de ter escrito alguns posts atrás que iria abandonar a tal epígrafe, não pude resistir à essa última tentação. É porque essa frase é a que melhor define o atual momento. Se você der uma olhada lá no final do texto, vai constatar que esse relato foi escrito na madrugada de quarta para quinta-feira. Já passa das 5h30 e eu estou na frente do micro. Insônia? Sim, até porque é impossível dormir em uma sala fria de um escritório no centro de São José dos Campos (Vale do Paraíba) repleta de pernilongos e que não passa por uma faxina há pelo menos dois meses. Pra completar, não há cama. Nem mesmo um colchão ou colchonete. O leito é um punhado de jornais, edições antigas da Folha e do Agora, espalhados pelo carpete empoeirado e encardido. No lugar do travesseiro, outro punhado de jornais envoltos na minha jaqueta de couro. Mas o frio era muito grande e tive que vesti-la novamente.
"O que ele ta frazendo lá" deve ser a pergunta que passa pela mente do leitor. Eu explico. O último ônibus de São José dos Campos para Mogi parte da rodoviária às 20h15. E ontem à noite eu só consegui finalizar o trampo bem depois desse horário. Resultado: não tive como ir pra casa. Podia pegar um taxi, gastar uns R$70,00, mas achei que não compensava. Decidi passar a noite aqui mesmo.
Pra ser sincero, eu já esperava que isso acontecesse. Só não contava que seria logo na primeira semana de trabalho. Nem que seria tão ruim. Uma ex-colega de faculdade chegou a me oferecer o AP dela, no caso de precisar pernoitar por aqui. Fiquei com vergonha de pedir assim tão de repente. Cê não imagina como tô arrependido.

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Esses primeiros dias de trampo novo estão sendo legais. Uma nova cidade, um mundo de gente nova pra conhecer, um trabalho legal, um bom salário, a possibilidade do reconhecimento impossível de ser alcançado no trampo anterior. As coisas não poderiam estar melhores. Na segunda-feira, primeiro dia em SJC, tudo me impressionou muito aqui. Um escritório bem equipado, no quarto andar de um prédio comercial bem legal de 18 andares e três elevadores panorâmicos. Trabalhar sozinho....
Sem contar que agora eu não preciso mais acordar todos os dias às 4h30 da madrugada pra pegar o fretado em direção à capital. Nem tenho mais que enfrentar trens superlotados da CPTM no final da tarde pra voltar pra casa. Um pequeno ponto ruim é que não consigo mais ouvir a Brasil 2000 no meu walkmen, como fazia todos os dias dentro dos trens. Entretanto, agora vou ter grana pra comprar meus CDs, o que não faço há mais de seis meses.

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