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11.4.04

É por isso que eu bebo... 

Parece que foi ontem. Mas já estava pra completar três anos desde que eu comecei a trabalhar no Diário de Mogi. Foram centenas de matérias e pautas inesquecíveis (outras nem tanto). Uma história de muitas alegrias, mas também de muito nervosismo e brigas, que terminou melancolicamente na última quarta-feira. Um dos principais jornais do estado de São Paulo - senão do País -, nos últimos anos O Diário vinha se afundando cada vez mais em uma grave crise financeira. Crise essa provocada por vários fatores: uma aventura milionária dos donos, que compraram uma concessão para TV (que virou afiliada da Rede Globo); um pouco pela situação econômica do País; mas principalmente pela falta de sensibilidade e habilidade, tanto administrativa quanto humana, de pai e filhos proprietários da empresa.
Com salários atrasados há meses - pagos sempre em parcelas -, falta de estrutura (muitas vezes fechamos heroicamente o jornal sem telefone, carro ou internet), e humilhados por patrões que, apesar de todas as dificuldades, nunca deixaram de consumir seus vinhos importados de centenas de reais, nem de comprar carros importados ou realizar viagens turísticas durante as férias, o fato de eu ter sido demitido e me livrado de toda essa situação pode ser encarado como um presente. Seria, se tivessem me demitido há seis meses. Hoje, entretanto, a grana vai me fazer muita falta. Fora que vou demorar alguns anos pra receber o que eles me devem, na Justiça. Isso se eu realmente conseguir que me paguem, o que eu duvido.
Mas se eu fizer um balanço da minha passagem pelo O Diário, diria que foi positiva. Foi meu primeiro emprego no jornalismo. Conheci ali pessoas inesquecíveis e que vão ficar pra sempre no meu coração (amigos inestimáveis como Evaldo Novelini, Fábio Mendes, Edinho, Seu Oscar, Mara, Márcia, Patrícia, Amanda, Juliana, Carol, Márcio, Cinthia, Lenina, Déia, Ney, Marcelo, Eisner, Nil, Laércio, Dênis, Cícero, Eliane, Célia, Celi, Orfeu, Noêmia, Elisângela, Thiago,...e tantos outros que devo estar me esquecendo agora, me desculpem). Vai ser realmente uma pena não poder mais bater aqueles papos diários com meu grande amigo Evaldão. Ou então encher o saco do seu Oscar.
Uma história dessas mereceria acabar sem mágoas. Infelizmente, isso não aconteceu. Não fiquei magoado por estar na grande lista de cortes. Achei até meio óbvia a decisão, já que nos últimos meses era o repórter que entrava mais tarde e, consequentemente, o que menos produzia.
Estou extremamente entristecido é pela maneira como as coisas foram feitas. E principalmente pela covardia de pessoas que deveriam brigar pelos repórteres que tanto fizeram pela empresa mas que, na hora de se posicionar diante da diretoria, aceitaram os absurdos calados para o prejuízo de todos. Fico decepcionado com uma pessoa especificamente. Porque foi a história dela, a fama de grande jornalista, que me levaram a largar uma promoção no meu emprego anterior para aceitar uma proposta de salário menor com mais horas de trabalho em direção ao mundo do jornalismo. Nunca consegui me aproximar, me tornar amigo. Também, nunca fui uma pessoa muito simpática, mas...Bom, já falei demais.
Tô com vários planos na cabeça agora. Vou tentar levar meu projeto do livro pra frente, tentar conseguir um emprego melhor, curtir o meu filho que tá chegando.
Essa foi mais uma mudança intempestiva, uma ruptura abrupta acontecendo na minha vida em um curto espaço de tempo. Tô meio sem chão ainda. Mas tenho certeza que as coisas vão melhorar pro meu lado. Só espero que seja em breve.


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